O mercado de Vendas Diretas se rendeu, oficialmente, ao canal digital.
De acordo com levantamento realizado pela ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas), em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada, 54% das divulgações realizadas pelos profissionais da área já são online.
O canal preferido para a divulgação dos produtos tem sido o Whatsapp (84,7%), seguido pelas redes sociais (79.8%).
Somente 32,9% ainda preferem o bom e velho telefone para falar sobre os seus produtos.
Os dados são de 2020 e fazem parte do estudo sobre os “Impactos Socioeconômicos da Venda Direta”, promovido na última quinta-feira (10-03-22) pela ABEVD.
Mercado de Vendas Diretas em crescimento
A pesquisa mostra ainda que o mercado de Venda Direta cresceu 5,7% em 2020, interrompendo uma sequência negativa que vinha desde 2014, com faturamento de R$ 46,1 bilhões.
O alto desemprego causado pela pandemia e o auxílio emergencial foram os dois principais fatores que contribuíram para esse resultado.
Cosméticos em queda
Embora ainda representem a maior fatia do mercado de Vendas Diretas, a participação dos produtos de cosméticos e cuidados pessoais vem caindo ao longo dos últimos anos.
Em 2012, os cosméticos tinham uma fatia de 83% das Vendas Diretas. Em 2020, caiu para 73,4%.
O segmento que mais tem crescido é o de produtos para o lar, que foi de 7,2% para 15,8% no mesmo período.
Mercado de trabalho em crise é oportunidade para Venda Direta
O levantamento revela também que o mercado de trabalho ainda não recuperou o nível de pessoas ocupadas pré-pandemia.
Dados da PNAD-IBGE, de junho de 2021, mostram que a renda real habitual atingiu R$ 2.511,00, o menor nível desde março de 2018.
“Apesar de ter uma certa recuperação do mercado de trabalho, a renda é muito baixa. Daí entra a importância de ter uma ocupação como alternativa de renda, e a Venda Direta acaba se tornando uma renda complementar para essas pessoas”, explica Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria Integrada.
Mulheres à frente
As mulheres, cada vez mais, têm dado o tom da Venda Direta no Brasil.
Dos mais de 4 milhões de profissionais totais no país em 2021, elas respondem por 63%, um crescimento de 8% em relação a 2012.
Oportunidade para os jovens
Ao contrário da ideia que muitos têm sobre a Venda Direta, os jovens são os que mais vêm se dedicando a essa atividade.
De todos os profissionais de VD, 35,8% têm de 23 a 29 anos. O segundo maior público é o de 30 a 40 anos, que representa 32,5% do total.
Algumas conclusões
- As empresas estão deixando de ganhar milhões por ainda não terem uma presença digital consolidada, integrando ferramentas para os consultores desenvolverem seu negócio online
- Qualquer empresa que surja a partir deste momento deve focar primeiro nas estratégias digitais para recrutamento, vendas e retenção, com o porta-a-porta em segundo plano
- Quanto maior a crise, mais a Venda Direta mostra a sua resiliência e seu potencial de melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente para as classes mais baixas
- Existem várias oportunidades além do mercado consolidado de cosméticos, como os produtos para o lar e os de saúde e bem-estar
- As empresas que não souberem se comunicar com o público feminino (mais numeroso e fiel) correrão sérios riscos no longo prazo
Assista aqui à live completa da ABEVD
Confira a live completa realizada pela ABEVD, em parceria com a Tendências Consultoria Integrada, para a apresentação deste levantamento:
Fábio Guedes é jornalista especializado em Venda Direta e Marketing Multinível e editor do upline.news