Às vezes, o Marketing Multinível proporciona situações tão absurdas, que parecem retiradas do universo imaginário de “O Fantástico Mundo de Bobby”.

Os três diálogos a seguir são reais e mostram como o nosso mercado pode se transformar numa grande máquina de frustrações, ao gerar expectativas totalmente desajustadas da realidade.

1) O lançamento “fracassado”

Pergunto a um empresário que acabara de lançar a sua empresa de Marketing Multinível:

— E aí, como foram os resultados deste primeiro mês?

— Foi bem abaixo do que esperávamos. Nos preparamos para R$ 1,5 milhão e vendemos somente R$ 300.000,00.

— Você parou pra ouvir o que você está me dizendo? Sabe quantas empresas do mercado tradicional faturam isso no seu primeiro mês?

— Pois é, mas com o movimento que geramos, esperávamos muito mais. Foi uma decepção.

2) O diamante “pobre”

Ouço a conversa entre dois líderes do mercado:

— Me conta… quanto ganha um Diamante aí na sua empresa?

— Está ganhando uma média de R$ 7.000,00 a R$ 10.000,00 por mês, além das viagens e tudo mais.

—Pô, muito pouco. Esse plano aí não tá bom, não.

Isso num país em que 90% ganham menos do que R$ 3.500,00.

Onde o salário médio de um médico residente é de R$ 3.259,00.

E um advogado sênior (com uns 10 anos de experiência entre estudos e trabalho) de uma grande empresa ganha pouco mais de R$ 8.000,00.

Obviamente que o líder deve buscar sempre mais.

Porém, não se pode considerar baixo o ganho de alguém que fatura muito acima da média do país inteiro.

3) O negócio internacional que “ainda não vingou”

Pergunto ao líder de uma empresa que acabara de internacionalizar o negócio:

— E aí, esse internacional está funcionando mesmo?

— Opa, tá redondinho. Os produtos chegam rápido, os bônus estão caindo normal, tá uma beleza.

— E por que não ouço falarem sobre isso?

— Ah, porque os bônus não estão ainda tão grandes. Um duplo diamante aqui, por exemplo, ainda está ganhando 2 mil euros…

Ou seja, um líder de nível intermediário no negócio já ganha mais de R$ 12.000,00 somente no internacional, mas ainda não é bom o suficiente para valer a pena divulgar.

Por que isso acontece no MMN?

O potencial de escalabilidade do Marketing Multinível, realmente, é muito maior do que uma empresa de mercados mais tradicionais.

E a própria forma de atrair as pessoas, por meio da ostentação com supercarros e viagens, também contribui para a construção desse imaginário surreal.

Porém, ao tirar demais os pés do chão, acaba-se por afastar novos consultores e frustrar empresários que não obtêm esses resultados extraordinários logo no início.

Como proteger sua mente das armadilhas do fantástico mundo do Multinível

  • Tenha metas grandes, mas não se afaste da realidade
  • Desenvolva um plano de ação claro e coloque foco no trabalho diário necessário para alcançar a sua meta, e não somente no resultado final
  • Alinhe as expectativas com sua equipe, principalmente com os novos consultores, para não desanimarem nos primeiros desafios
  • Celebre e agradeça pela sua condição atual, ainda que não seja a ideal, pois sempre terão pessoas em pior situação que a sua
  • Alinhe metas alcançáveis com a sua equipe

E, principalmente, confie mais na sua intuição e nas suas convicções do que em histórias que contam para lhe impressionar e influenciar decisões erradas.

Baseie-se em fatos. Do contrário, você será mais um a odiar o Multinível, sem motivos reais para isso.

Fábio Guedes é jornalista e atua desde 2017 na Venda Direta e Marketing Multinível, construindo estratégias de conteúdo e comunicação institucional para grandes empresas e lideranças do mercado. Atualmente, presta consultoria de Comunicação e Marketing para empresas de Venda Direta, MMN e Franchising e é editor-chefe do portal upline.news

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