O ano de 2022 ficou marcado como uma espécie de volta à origem do Marketing Multinível, com a redução significativa de práticas que distorceram o modelo de negócio nos últimos anos.

As perspectivas, com isso, é que o mercado de Venda Direta em Multinível siga cada vez mais as tendências de comportamento do consumidor final, sem se apegar somente às estratégias de alavancagem.

Isso vai exigir uma série de mudanças na forma de as empresas se posicionarem, criando também um novo perfil de lideranças.

Mas antes de discutir o que muda de fato no mercado, vamos entender qual é esse consumidor atual.

O que o consumidor quer, afinal?

As principais pesquisas de tendências de consumo revelam que o consumidor está cada vez mais:

  • Digital: existe uma preferência pelas compras pela internet, devido ao preço menor e à possibilidade de comparação com outros produtos similares.
  • Comprando por necessidade: uma pesquisa do Google mostra que 85% dos brasileiros estão fazendo compras mais intencionais e menos por impulso.
  • Cuidadoso com a saúde: essa é uma herança da pandemia e que seguirá forte em 2023.
  • Preocupado com o aspectos socioambientais: o relatório da Mintel Tendências Globais de Consumo 2023 mostra que o consumidor dará preferência a marcas que buscam ingredientes locais e se preocupam com o meio ambiente.
  • Priorizando comprar de pessoas: a conexão pessoal continua sendo um aspecto importante para a decisão de compra, um ponto positivo para a Venda Direta e o mercado de influenciadores digitais.
  • Valorizando a personalização: uma pesquisa da Opinion Box mostra que 73% dos consumidores preferem comprar de marcas com as quais já tiveram experiências personalizadas [Mais um ponto para a Venda Direta]. 

O que isso muda para o Marketing Multinível?

Esses e outros pontos do comportamento do consumidor vão impactar em uma série de aspectos na forma de se desenvolver o negócio de Marketing Multinível.

Algumas das principais tendências são:

  • Priorização dos produtos em relação ao plano de negócios, gerando um crescimento natural e seguro, sem espaço para as empresas de “explosão”.
  • Maior preocupação em desenvolver produtos realmente inovadores e com resultados rápidos na saúde e bem-estar do cliente final.
  • Maior envolvimento da empresa no treinamento da sua força de vendas, priorizando estratégias duplicáveis de vendas pelas redes sociais.
  • Mudança de perfil nos planos de remuneração, que deverão ser mais simples e priorizar a indicação e a recompra, sem bônus mirabolantes que comprometem a margem dos produtos.
  • Desenvolvimento de ferramentas digitais integradas ao Escritório Virtual para facilitar as vendas e o recrutamento online.
  • Surgimento de empresas antenadas neste novo momento e se lançando já com um posicionamento claro em relação ao tipo de consultor e consumidor final que deseja atrair.
  • Formação de novas lideranças, tirando o foco da ostentação e gerando uma atração natural para o modelo de negócio, por meio da identificação com os produtos e o posicionamento da marca.
  • Adoção de uma nova linguagem para atrair pessoas de fora do mercado, o que será possível justamente graças à priorização do produto em relação ao modelo de negócio.

Quais os desafios das empresas que atuam no Marketing Multinível, diante deste cenário?

O maior desafio, sem dúvidas, é conseguir criar um ambiente digital produtivo para o treinamento dos consultores e as vendas e recrutamento online.

As empresas precisam também amadurecer a relação com as suas lideranças, para que possam somar forças no recrutamento e acompanhamento compartilhado do novo consultor.

Vale lembrar ainda que os sistemas de marketing multinível foram desenvolvidos diante das antigas necessidades do mercado, que era muito mais presencial do que digital.

Já estão surgindo algumas iniciativas interessantes para lidar com esses desafios, mas ainda há um longo caminho a percorrer até chegar próximo do ideal.

Leia mais: 7 ferramentas que os sistemas de Marketing Multinível deveriam ter — mas não têm

Essas mudanças são negativas para o Marketing Multinível?

Toda mudança costuma ser traumática, pois nem todos conseguem se adaptar a uma nova realidade.

Mas, de um modo geral, são novidades positivas, pois vão exigir uma profissionalização cada vez maior das nossas empresas.

E, no mais, os fundamentos do Marketing Multinível nunca vão se alterar, mas sim a forma de colocá-los em prática.

E você, concorda com essas tendências do Marketing Multinível para 2023?

Vamos ampliar essa discussão aqui nos comentários!

E um feliz 2023 para todos nós!

Fábio Guedes é jornalista e atua desde 2017 na Venda Direta e Marketing Multinível, construindo estratégias de conteúdo e comunicação institucional para grandes empresas e lideranças do mercado. Atualmente, presta consultoria de Comunicação e Marketing para empresas de Venda Direta, MMN e Franchising e é editor-chefe do portal upline.news

3 Comentários

  1. Concordo em todos os aspectos trazidos na matéria! Eu sou um apaixonado pelo sistema de Vendas Diretas Multinível, mas da forma como vinha sido trabalhado no Brasil, apenas deixava a profissão cada vez mais manchada. Eu mesmo conheci o MMN em 2016, trabalhei errado por 4 anos e acabei saindo, mantendo sempre o olho no mercado e consumindo produtos das empresas que conheci. Agora, nessa nova tendência de trabalho que sempre lutei pra desenvolver, mas minha liderança dizia para eu não inventar a roda, tenho muita vontade de planejar minha volta focando nas atividades trazidas acima. Espero que seja uma mudança cultural a nível Brasil, que acabem os vendedores de ilusão e surjam verdadeiros vendedores de produtos e do verdadeiro empreendedorismo, verdadeiros líderes! Parabéns pela matéria, continue nos proporcionando transparência e informação de qualidade.

    • Geovani, eu vi muito isso acontecer também. Infelizmente, precisou que essa forma distorcida do Multinível tenha se saturado, para que pudéssemos voltar a falar sobre o óbvio. E, felizmente, parece que vamos ver um amadurecimento maior do mercado daqui em diante. Assim espero! Obrigado pela sua audiência!

  2. Meu nome é Marcelo Souza tenho 52 anos de idade e conheci o MMN em 2011 justamente na época da telexfree, BBom, Priples, Multiclic, etc… Aprendi na prática qual a diferença da Pirâmide X MMN. Errei muito no passado e continuo aprendendo cada vez mais esse universo do MMN. Hoje sei que vendas diretas não tem nada haver com MMN. O MMN é gestão de pessoas e as vendas diretas é a comercialização do produto ou serviço. O verdadeiro MMN é o de consumo, é captar pessoas para consumir produtos ou serviços da empresa e com isso montar sua equipe de consumidores e não de vendedores. O que faz ganhar mais dinheiro é a matriz montada e o plano de carreira e não as vendas em si. Já perdi muito tempo vendendo produtos na rua e deixando de prospectar as pessoas para o próprio negócio. Hoje o meu foco é a construção da equipe de consumidores. Acredito que os novos líderes já entenderão o verdadeiro MMN que é de consumo inteligente.

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